Troca de Corpos

Em um encontro à três, Martha usa o cintaralho, assume o papel masculino e leva a amiga Amanda ao orgasmo. Freud apenas assiste, sem participar. Quando Amanda quer inverter os papéis, Martha surpreende a todos.

Troca de Corpos
Photo by Spices of Lust on Unsplash

Domingo, duas da tarde. A estrada está tranquila, mesmo para um retorno de feriado prolongado. Em duas horas Freud e Martha estarão em casa. Pista de mão dupla, Freud mantém a velocidade constante, com o uso do piloto automático. No rádio, uma trilha sonora leve. Eles conversam sobre o final de semana.

-Freud, a Francine é um furacão, né?!

-Uma mulher intensa. Forte. Corajosa. Inteligente. Gostei…

-Assim eu fico com ciúmes…

Ele não cai na provocação dela.

-Todos esses adjetivos você já tinha usado.

Ela capitula.

-Verdade…

-O que te deu mais tesão no fim de semana?

-Foi quando eu e ela nos pegamos. Ela beija muito bem. E tem uma pegada forte. Gostei demais! E você?

-Bater na bunda dela com você olhando. E vice-versa.

-Eu vi. Você com uma cara de criança entrando numa loja de doces!

Os dois riem. A viagem segue tranquila. Freud tem uma dúvida.

-Você gostou de usar o cintaralho?

-Gostei! Me senti muito poderosa.

-Se sentiu como um homem?

A pergunta a faz refletir. Ela olha pela janela, em silêncio. Freud insiste.

-Se sentiu?

-Estou pensando… não, não me senti como um homem…

Mais um tempo em silêncio. E a reflexão chega a um resultado.

-E eu gostaria de me sentir como um homem.

Freud quer saber mais.

-No que está pensando, exatamente?

-Não sei… sua pergunta me fez refletir… eu acho que eu quero me comportar como você se comporta, quando está com uma mulher. É isso! Eu quero ser o Freud!

-Eita! E como vai ser isso?

-Não sei… mas eu vou fazer isso… pode anotar!

A viagem segue…