Provocar é uma Arte
Silvia é abordada por um galanteador na padaria. Sua resposta é um show de provocação.

Eu estava em pé, olhando o cardápio da padaria, distraída, quando ele chegou ao meu lado e disparou:
-Posso te recomendar algo?
Como que acordada do transe, olhei e do meu lado estava esse homem, alto, com mais de um e oitenta. Eu tenho um fraco por homens altos, confesso. Antes de responder, dei aquela geral e fiquei levemente impressionada com o que vi:
Cabelos curtos, pretos, sem nenhum fio de cabelo branco. Ou a genética lhe é favorável, ou gasta uma boa grana com a pintura. Se fosse essa última opção, sabia onde fazer, porque não deixava transparecer. A barba, espessa, bem feita, aparada com cuidado. Um sorriso branco, com dentes perfeitos. Outro presente da natureza? Ou um belo trabalho de um profissional de Odontologia?
Rosto bonito, charmoso, de olhar firme. Alto, como eu já contei. E estava muito bem vestido, com sua camisa social apertada, valorizando o peitoral malhado na academia, combinando com a calça slim, exibindo as pernas definidas. Claramente já com mais de quarenta anos.
Um recém-separado, pensei. Quando conferi a mão esquerda, a aliança estava lá, brilhante, reluzente, enorme. Casadíssimo!
Me penitenciei. Provavelmente ele só queria ser gentil. Afastei meu sexto sentido, que gritava que eu receberia uma cantada, e fui gentil:
-Claro que pode. O que sugere?
Colocando as garras de fora, cheio de si, ele se aproximou até quase encostar em mim, me cheirou e disparou: