O Voo Perdido
Uma provocação de Martha ao comandante resultou em uma aventura inesperada e deliciosa com a equipe daquele voo cancelado.

Mendoza, a capital portenha do vinho, era o destino da primeira viagem do casal para fora do país. Nada mais apropriado para os dois amantes, apreciadores do néctar dos deuses.
A primeira parte da viagem os levaria até o Aeroporto de Guarulhos. De lá, voariam direto para Mendoza. O horário do voo não ajudava: seis da manhã. E como se tratava de um voo com conexão internacional, Freud e Martha chegaram ao aeroporto pouco depois das quatro da manhã. A fila gigantesca, lotando o salão de check in, não foi um bom presságio. No painel, a confirmação: o voo estava atrasado.
Algumas perguntas aqui e acolá e a descoberta: a aeronave estava com defeito mecânico desde a noite anterior, aguardando uma peça para a qual não havia previsão de chegada. Passageiros nervosos e a equipe de atendimento reduzida por causa do horário foi a receita para o caos que se instalou e perdurou a manhã toda, inclusive com a presença de fiscais do PROCON e ávidos membros da imprensa.
Entre um piti e outro, o casal conseguiu uma acomodação em um voo no final da tarde para Guarulhos. O voo para Mendoza ficaria para o dia seguinte. Perderiam um dia da programação original e tentariam uma compensação pelo ocorrido com a companhia aérea em outro momento.
No meio da manhã, quando o casal se preparava para deixar o aeroporto e buscar uma acomodação até o horário do voo, uma surpresa: o voo iria sair em quarenta minutos. Foi aquela correria no saguão e os passageiros seguiram para a sala de embarque.
No portão de embarque, atendendo o convite para despachar a bagagem de mão, Freud estranhou que a equipe de voo estava ali também, ao invés de estarem na aeronave. Perguntou: