O Show dos Surfistas
Na praia deserta Martha é convidada para um show de surf e se torna a estrela do espetáculo.

O sol ainda não nasceu e o casal chega à praia. Freud animado para o seu treino de corrida. Martha, que preferia estar na cama, acompanha o namorado como reconhecimento pela noite anterior: jantar, vinho, música boa, incenso, massagem e vários orgasmos.
-Martha, vou correr quinze quilômetros. O primeiro é para aquecimento, vou no seu ritmo.
-O dia está bonito, Freud. Há tempos não vejo o nascer do sol.
Ele sorri e inicia um rápido alongamento. Ela acompanha. Freud orienta:
-A praia é plana. Dá para correr sem molhar os tênis. Pronta?
-Sim, vamos.
Freud acompanha o ritmo dela. Não é um ritmo tão suave quanto ele esperava. Ele reconhece:
-Bom ritmo, querida. Está em forma.
-Não tanto quanto você, Freud. Mas estou longe de ser uma sedentária.
Completado o primeiro quilômetro, Freud avisa:
-Vou acelerar. Quando chegar à metade do treino, eu volto. Te encontro onde deixamos o carro.
-Combinado, querido. Bom treino.
Martha troca o trote por uma caminhada e observa Freud se distanciar. O sol começa a surgir no horizonte e dá cores lindas ao amanhecer. O barulho das ondas a acompanha. Ela caminha rápido, aproveitando a praia vazia. Ao longe, vê um grupo de surfistas tirando suas pranchas dos carros.
Martha passa por eles. São três amigos dentro d’água e outros três ainda se preparando. Ela cruza olhares com o mais alto deles e gosta do que vê. Loiro, cabelo comprido, bronzeado, peito largo e braços fortes. Jovem, com um rosto ainda sem nenhuma marca da idade. Martha sustenta o olhar por alguns segundos e então segue seu caminho. Um pouco mais adiante, ela senta-se na areia.