O Fotógrafo Impossível

A expectativa de um fim de semana romântico foi frustrada por um compromisso profissional do marido. Silvia encontra um fotógrafo que parecia ser o que ela precisava. Mas os valores dele falaram mais forte.

O Fotógrafo Impossível

Estava tudo planejado para eu e o Lucas passarmos um final de semana juntos em Campos do Jordão, sem as crianças. Ele estava envolvido em um projeto em São Paulo e na sexta-feira me encontraria no aeroporto de Guarulhos, de onde seguiríamos para uma pousada na Vila Capivari.

Eu vivia uma fase de fazer agrados ao Lucas e comprei algumas coisas novas para usar na viagem. Uma lingerie especial, uma visitinha ao sex shop e várias ideias para tornar o fim de semana bem animado!

Meu voo pousou no horário e quando liguei o celular lá estava a mensagem que foi uma ducha de água fria na minha empolgação: Lucas avisando que teve problema no projeto e que precisaria passar o fim de semana trabalhando. Liguei muito brava para ele que, sabiamente, não atendeu. Depois de três tentativas, outra mensagem:

“Silvia, não posso falar. Desculpe, mas não consigo mudar isso. Volte para casa ou vá sozinha para Campos do Jordão.”

Ele tem um dom natural para ser filho da puta. Não era a primeira e certamente não seria a última vez que me aprontaria algo parecido.

Pensei na minha saúde e me acalmei. Comprar a passagem mais cara possível e voltar para casa era uma opção e ainda faria um estrago no bolso do Lucas.

Por outro lado, eu estava muito animada para voltar de mãos abanando. Resolvi ir para Campos do Jordão. Se Lucas não aproveitaria minha lingerie nova, alguém o faria.

Peguei um táxi especial, pago com o cartão do Lucas, e quatro horas depois eu já estava tomando uma taça de vinho em belo restaurante da Vila Capivari.

O que eu não contava é que, por ser uma data fora de temporada, haveria tão poucas pessoas. E, para meu azar, a maioria casais. Ia ser difícil encontrar alguém.

Tomei metade da garrafa de vinho e fui para o quarto do hotel. Lá, me diverti sozinha. Lucas ligou e eu ignorei. Ainda estava muito brava com ele.

Na manhã seguinte, acordei, tomei um belo café da manhã e saí para caminhar no parque ao lado dos trilhos do trem. Caminhar sempre me acalma e não foi diferente. Já estava até pensando em não colocar fogo no Lucas, como eu planejara inicialmente.

Aproveitando o sol da manhã e a bela paisagem, coloquei meu lado blogueirinha para funcionar e comecei a tirar várias fotos, aproveitando os trilhos da estrada de ferro e as montanhas ao fundo. Entretida com isso, não vi quando ele se aproximou, até que ouvi sua voz: