O Apagão

Freud e Martha encontram dois casais liberais no restaurante, para se conhecerem. Um garçom charmoso e a queda de energia interfere nos planos de todos.

O Apagão
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-Freud, marquei o jantar com a Ariane. Sábado, naquele restaurante que você queria conhecer.

-Certo, que horas?

-Marcamos às oito.

-E falaram sobre fazer alguma coisa depois?

-Ela deixou, nas entrelinhas, que é só para nos conhecermos. Não vá achando que vai pegar alguém.

-Nem você?!

Ela não segura o sorriso.

-Eu você pega sempre que quiser, Freudinho querido.

O tom de deboche não passa despercebido.

-Falsa!

Os dois riem. Seguem o almoço. Martha dá mais detalhes do encontro.

-A Ariane chamou outro casal, a Karen e o Augusto. Sabe quem são?

-Acho que sim. Eles estão no grupo da festa de Brasília. Será que são esses?!

-Esses mesmos. A Ariane falou que eles já tinham conversado com você no grupo.

-Seremos seis, então?!

-Isso.

-E sem nenhuma chance de rolar uma festinha!?

-Só comigo, Freud. Vai ter que se contentar com figurinha repetida.

-Não há repetição com você, querida.

Ela reconhece o esforço.

-Tá bom, querido. Você venceu. Depois do almoço te faço um boquete.

-Oba!

Os dois terminam o almoço. Vão para o quarto do casal descansar. Deitam-se. Freud cobra o prometido.

-Vou ganhar meu boquete?

-Você escolhe: um boquete e só, agora, ou uma bundinha à noite.

-Não dá para ser os dois?!

-Não…

-Tá certo, de noite conversamos.

Martha sorri. Vira-se para o lado, arruma o despertador e avisa.

-Vou dormir meia horinha, Freud.

Ele aproveita para olhar as redes sociais.