Nosso Primeiro Ménage Feminino

Eu e Martha conversamos abertamente sobre nossos desejos e fantasias. Essa nossa cumplicidade é um dos pilares do nosso relacionamento.

Trazer uma terceira pessoa para a nossa cama foi um dos assuntos que conversamos e Martha fez o teste:

-E se for um homem?

Respondi que tudo bem, se fosse o desejo dela, eu ajudaria a realizar. Vi seus olhos brilharem e o assunto ficou indo e voltando em nossas conversas.

Eu não conto com nenhum amigo com quem tenha intimidade para fazer um convite como esse. Ela também não conhece um homem que ficaria à vontade em se juntar a nós. A dificuldade logística, vamos chamar assim, esfriou essa opção.

Visitando São Paulo, fui tomar um café com uma amiga de longa data para colocar o papo em dia. Foi nosso primeiro encontro depois da pandemia e muita coisa tinha acontecido com cada um de nós. Depois que contamos nossas aventuras e desventuras, lembramos com carinho de quando a gente se pegava. E eu disse a ela:

-Eu gostaria que a gente se pegasse de novo.

Minha amiga, que estava muito feliz com a minha história com a Martha, não perdeu tempo:

-Se a Martha estiver junto, eu topo.

Rimos daquilo, conversamos mais um pouco e nos despedimos. E eu confesso que imaginei a cena e fiquei saboreando aquele filme que se passava na minha cabeça. Elas são bem diferentes, Martha loira e a amiga, vamos chamá-la de Intensa, morena. Martha age com mais racionalidade, Intensa com mais impetuosidade. E, na cama, as duas agem de forma parecida, com entrega, sem pudores e em busca de se sentirem bem. O filme ficou lindo. Pena que só eu pude assisti-lo.

Mais tarde, quando contei do café para Martha, ela perguntou se nós iríamos nos pegar. Eu disse que Intensa só faria isso se ela, Martha, estivesse junto. Naquele momento, não passou disso.

Semanas se passaram, Martha e eu voltamos a falar sobre a procura por um outro homem para nossa cama e a logística continuava a nos atrapalhar. Daí ela disse: