Iniciando o Casal
Freud e Lígia, amigos dos primórdios da Internet, se reencontram. Ele conta do relacionamento com Martha. Ela começa um relacionamento liberal e pede ajuda ao amigo. Em um jantar com Lígia e Joaquim, Freud tira dúvidas e inicia o casal no ménage masculino.
-Lígia! Quanto tempo?!
-Freud! Que surpresa! Nossa, faz muito tempo mesmo, hein?!
Lígia e Freud se conheceram nos primórdios da Internet. Participaram dos encontros que os membros de salas de conversas organizavam, no final dos anos noventa. Várias amizades e romances surgiram nesses encontros. Foi assim com Lígia.
-Eu me casei com o namorado que conheci no mesmo encontro em que conheci você.
-Me lembro! Como ele está?!
-Está bem. Tivemos um casal de filhos. E nos separamos há algum tempo.
Os dois falam sobre os amigos em comum daquela época. E resumem o que se passou com cada um deles. Freud conta que está namorando.
-Ela mora em outra cidade. Nos vemos a cada duas ou três semanas.
-Sério!? E isso funciona?
-Como qualquer relacionamento, tem seus desafios. E funciona. Para nós, funciona.
-E como vocês lidam com o ciúme?! A distância deve impactar nisso, não?
-É um relacionamento aberto.
-Como assim?!
Freud explica que ele e Martha vivem uma relação à distância, aberta e liberal. Lígia quer mais detalhes.
-À distância eu entendo. Mas aberto e liberal não são a mesma coisa? Como é isso, na prática?
-Aberto, para nós, significa que temos liberdade, eu e ela, para sairmos com outras pessoas. E liberal significa que também temos encontros, como casal, com outras pessoas.
-Que moderno! Me conte mais sobre isso. Fiquei curiosa.
-Claro. O que quer saber?
Lígia diz que são tantas dúvidas que nem sabe por onde começar. Freud faz um resumo.
-Eu moro aqui, ela em outra cidade. Ela viaja, eu também. Quando não estamos juntos, temos a liberdade de sair com outras pessoas.
-E essas pessoas sabem disso?
-Sim, sabem. Deixamos claro a situação. Não tem ninguém às escuras.
-E vocês contam um ao outro sobre esses encontros?
-Sim, contamos. É um de nossos combinados, avisar que teremos um encontro. O cuidado que tomamos é de não expor a pessoa, então sabemos do encontro, mas não sabemos quem é. Não usamos os nomes.
-Como assim?!
-A última pessoa com que ela saiu, nos referimos a ele como professor, que é a profissão dele. No meu caso, foi uma arquiteta. Então nos referimos a ela como arquiteta. É isso.
-Entendi. E quando saem juntos? Como funciona?
-Aí é a parte liberal. Gostamos do ménage, da troca de casais e das festinhas.
-E como conhecem essas pessoas?
-Há várias maneiras, mas principalmente pela Internet. Há aplicativos específicos para isso.
-É, imagino. Tem aplicativo para tudo, né?!
-Tem. E você? Está namorando?
-Estou à procura. Também em um aplicativo. E gostei do que me contou. Vou explorar isso. Fiquei curiosa.
-Conte comigo, amiga. No que eu puder ajudar, será um prazer.
