Guias Libertinos
Freud e Martha se dispõem a guiarem Marina e Márcio na primeira visita desses à Inner. Fazem um tour pelos vários ambientes e terminam, os quatro, em uma cabine. Os casais transam com seus respectivos pares, até que Martha pede uma DP. Depois, Marina faz um pedido inesperado à Freud.

São Paulo. Sexta-feira, meio da tarde. Pinheiros. Freud e Martha estão sentados, lado a lado, na mesa coletiva de um café. A mesa comporta doze pessoas e apenas os dois lugares na frente deles estão livres. Martha pede um café coado e um bolo de laranja. Freud pede um cappuccino e um bolo de limão.
Enquanto esperam os pedidos serem entregues, um casal senta-se nos dois lugares vagos, à frente deles. Ela é alta e chama a atenção de Martha, que olha o casal com interesse. A mulher é loira, cabelos curtos, olhos claros e está com um vestido bem discreto que mostra pouco do corpo dela. Parece em forma. Ele é mais alto do que ela, cabelo curto, ligeiramente grisalho, barba bem feita e está de camiseta e calça jeans, mesmo estilo de Freud. Martha cutuca Freud, que olha o casal e sorri para Martha.
O pedido chega. O casal recém chegado pede o cardápio ao garçom.
-É pelo QR Code.
O garçom sai rápido. Martha aponta para o QR Code grudado na mesa.
-É só apontar o celular e fazer o pedido pelo site. Eles trazem na mesa.
O casal sorri e agradece. Martha volta a conversar com Freud.
-Amanhã vamos correr no Parque Ibirapuera? De manhã?
-Hoje devemos voltar bem tarde. Acho que não conseguimos ir de manhã.
-É verdade! Hoje tem a Inner. Tinha esquecido. Que horas vamos?
-Acho que podemos sair às onze, o que acha?
-Perfeito.
A menção à Inner chama a atenção da mulher. De soslaio, Freud percebe que ela olha para eles e cochicha com o marido. Antes que ele tenha tempo de falar alguma coisa com Martha, ela avisa.
-Freud, vou ao banheiro.
Martha segue para o banheiro e a mulher faz o mesmo. Quando Martha sai da cabine e lava as mãos na pia, a mulher se aproxima dela.
-Oi, posso te fazer uma pergunta?
Martha vê o nervosismo estampado no rosto dela. E a acolhe, abrindo um sorriso.
-Claro, querida. Fique à vontade.
-Bem, eu ouvi vocês falando da Inner. E…
Nervosa, ela esfrega as mãos. Martha mantém o sorriso e a incentiva a continuar.
-Pode perguntar…
-Bem, vocês frequentam? Vocês vão lá?
-Sim, já fomos e vamos hoje de novo. Vocês conhecem?
A resposta e o sorriso de Martha dão a confiança que ela precisava.
-Nunca fomos. Temos vontade, já lemos a respeito e ainda temos dúvidas. Você pode me contar como é?