Férias em Família
No resort com as crianças e familiares, Martha e Freud precisam de muito jogo de cintura para aproveitarem alguns momentos a sós. O encontro com um casal de amigos liberais complica a situação.

Oito da manhã. Aeroporto de Guarulhos. Freud e Ian acabaram de pousar. Estão no saguão do aeroporto esperando o voo que trás Martha e as filhas.
-Que horas elas chegam, papai?
-Já deveriam ter pousado, filho.
Minutos depois, Martha envia uma mensagem. Pousaram e o avião está taxiando na pista.
-Venha logo, querida. Estou com saudades.
Martha sorri ao ler a mensagem. O casal não se vê há duas semanas. O plano é passar os próximos dias em um resort no Nordeste. Além do casal e filhos, Patrícia, irmã de Martha, o marido Renato e o casal de filhos.
Vai ser agitado, ela pensa. O desembarque é rápido. Ela e Freud trocam um forte abraço. Ele dá um discreto aperto na bunda da namorada. Ela devolve um olhar de reprovação, ignorado por ele.
-Demorou, querida.
-O embarque atrasou. Muita gente. Saímos com meia hora de atraso.
Freud cumprimenta as meninas. Martha dá um abraço em Ian.
-Ian, você espichou, menino! Está lindo! Fará sucesso na praia!
Ele expressa sua timidez em um sorriso contido. Martha muda o assunto.
-Temos três hora até o próximo voo, é isso?
Freud confirma.
-Isso. Nossa decolagem é as onze e meia. Vamos para a sala vip?
As crianças respondem em coro:
-Vamos!
Freud e Martha caminham de mãos dadas.
-Saudades de você, querido.
-Eu também, querida. Em mais algumas horas estaremos a sós no hotel.
É o que ela quer. Mas as crianças caminhando à frente deles a lembra de que terão dificuldades com privacidade.
-Não sei se conseguiremos estar a sós pelos próximos dias…
Freud sorri. Aperta de novo a bunda da namorada.
-A gente dá um jeito…
Na sala, as crianças se acomodam e passam as próximas horas mergulhadas nos seus celulares. Freud e Martha saboreiam duas ou três taças de vinho. Ela provoca.
-Será que o banheiro dessa sala tem câmeras?
Ele entra no jogo.
-Sim, mas no avião não tem…
Ele ergue a taça em um brinde. Ela ri alto. E depois murmura.
-Safado…
Às dez e meia o grupo deixa a sala e encontra Patrícia, o marido e os filhos na sala de embarque. A caminho de lá, Martha faz questão de recomendar.
-Cuidado com suas indiscrições. O Renato estará de olhos e ouvidos abertos. Você sabe que ele é curioso e desconfiado dos nossos rolês.
-Ele queria é participar, isso sim.
-Também acho, mas isso é entre ele e a Patrícia. Não vamos nos meter.
No voo, Freud e Martha sentam nos corredores, na mesma fileira. Ian ao lado de Freud, as meninas ao lado da mãe. Algumas fileiras atrás, Patrícia e a família. Depois da decolagem, Martha se dirige às filhas.
-Vou ao banheiro.
Se levanta e convida Freud, com um sorriso cheio de intenções. Ele olha ela caminhar até o fundo do avião e entrar no banheiro. Se levanta e vai até lá. Para sua surpresa, Renato está de pé, na porta do banheiro, esperando.
-E aí, Freud. E o Flamengo?!
-Segue vencendo, Renato.
Martha abre a porta. Vê a cena e sai do banheiro. Renato entra. Ela se resigna.
-Ele não vai nos dar folga…