Explorando Budapeste
Freud e Martha exploram a cidade de Budapeste. E a noitada no pub rende um encontro inesperado e bastante promissor.

O trem deixa a estação central de Viena no horário programado. Sobre a mesa que divide as poltronas que Freud e Martha ocupam, um almoço improvisado. Pães, queijos, azeite, salames e um bom vinho.
Freud abre o vinho e serve nas taças descartáveis. Brindam.
-À nossa viagem e que Budapeste nos reserve mais surpresas.
-À Budapeste, Freud!
O vagão está configurado em 1 + 2: uma poltrona de um lado do corredor, duas do outro. Freud escolheu assentos de frente um para o outro, do lado com apenas uma poltrona. Entre os assentos, a mesa que usam para o almoço.
Os demais assentos estão todos ocupados. Na fileira ao lado, com uma mesa maior, dois casais olham o cardápio e fazem um pedido. Uma das mulheres aponta para a mesa ao lado e parecem discutir que deveriam ter feito a mesma coisa. Quando o vinho deles chega, Martha levanta sua taça em um brinde à distância, respondido da mesma maneira por eles.
Freud puxa conversa. São americanos. As esposas são primas. Estão de férias e vão encontrar um grupo maior em Budapeste, incluindo os filhos, que foram na frente com outros primos. Os casais são agradáveis, mas a conversa não engata. Eles parecem mais preocupados em discutir o roteiro deles do que dar atenção aos brasileiros.
Martha dá de ombros e volta sua atenção para o namorado.
-Freud, será que vamos viver alguma aventura em Budapeste?
-Espero que sim, Martha. Um amigo me indicou um pub. E disse para irmos de mente aberta.
-Mente aberta? O que ele quis dizer com isso?
-Não perguntei. Só anotei o endereço.
-Homens! Não se importam com os detalhes. Tinha que perguntar. Quem é seu amigo? Ele é do meio?
-Trabalhamos juntos. É bem mais jovem, casado, fazem um belo casal, ele e a esposa. Mas não sei se são do meio. Não tenho essa liberdade com ele.
-Bem, então vamos descobrir o que há de tão especial nesse pub.
-Sim, vamos. Pensei em irmos amanhã. O que acha?
-Por mim, tudo bem. Vou ao banheiro.
Freud aproveita para repor as taças de vinho e cortar mais pão e queijo. Martha volta do banheiro com um sorriso de sacanagem no rosto que Freud reconhece de longe.
-O que aprontou no banheiro, querida?
-Nada. Está com o aplicativo do nosso brinquedo aí?
-Estou. Você o colocou?
-Sim. Preciso gozar. Ligue e me dê um orgasmo!
Freud abre o celular e conecta o aplicativo ao vibrador que Martha está usando, sob sua calcinha. Ele coloca o aparelho em cima da mesa. Martha estica as pernas, com um pé no corredor ao lado da poltrona de Freud e outro em cima da poltrona dele. Ela segura sua taça nas mãos. Faz um sinal com a cabeça, indicando que está pronta.
Freud brinca com as funções do aplicativo. Intenso. Fraco. Variações de velocidade. Martha suspira. Segura a taça com mais força. Morde os lábios. Larga a taça e aperta os braços da poltrona. Quando sente que o orgasmo dela se aproxima, Freud seleciona um modo automático e abre a câmera do celular.
-Puta que pariu, Freud. Que coisa boa! Eu vou gozar!
Filmando, Freud incentiva.
-Goze, putinha! Grite! Deixe o vagão todo ouvir.
Ela olha ao redor e até cogita seguir o comando. Mas se contém. O orgasmo chega, forte. Suas reações, longe dos gritos e gemidos que emite normalmente, não passam despercebidas pelas mulheres vizinhas.
-Tô gozando! Que delícia! Ah…. Gozei!
Freud desliga. Ela volta a uma posição normal na poltrona e pega a taça de vinho. Dirige um brinde silencioso ao namorado e às vizinhas.
-Que vinho bom!
As primas olham com curiosidade. Talvez imaginem o que se passou, mas parecem não acreditar na coragem da brasileira. Martha adormece no resto do trajeto. Freud come, bebe e aprecia a paisagem.