Explorando Budapeste

Freud e Martha exploram a cidade de Budapeste. E a noitada no pub rende um encontro inesperado e bastante promissor.

Explorando Budapeste
Foto de Diogo Lemos na Unsplash

O trem deixa a estação central de Viena no horário programado. Sobre a mesa que divide as poltronas que Freud e Martha ocupam, um almoço improvisado. Pães, queijos, azeite, salames e um bom vinho.

Freud abre o vinho e serve nas taças descartáveis. Brindam.

-À nossa viagem e que Budapeste nos reserve mais surpresas.

-À Budapeste, Freud!

O vagão está configurado em 1 + 2: uma poltrona de um lado do corredor, duas do outro. Freud escolheu assentos de frente um para o outro, do lado com apenas uma poltrona. Entre os assentos, a mesa que usam para o almoço.

Os demais assentos estão todos ocupados. Na fileira ao lado, com uma mesa maior, dois casais olham o cardápio e fazem um pedido. Uma das mulheres aponta para a mesa ao lado e parecem discutir que deveriam ter feito a mesma coisa. Quando o vinho deles chega, Martha levanta sua taça em um brinde à distância, respondido da mesma maneira por eles.

Freud puxa conversa. São americanos. As esposas são primas. Estão de férias e vão encontrar um grupo maior em Budapeste, incluindo os filhos, que foram na frente com outros primos. Os casais são agradáveis, mas a conversa não engata. Eles parecem mais preocupados em discutir o roteiro deles do que dar atenção aos brasileiros.

Martha dá de ombros e volta sua atenção para o namorado.

-Freud, será que vamos viver alguma aventura em Budapeste?

-Espero que sim, Martha. Um amigo me indicou um pub. E disse para irmos de mente aberta.

-Mente aberta? O que ele quis dizer com isso?

-Não perguntei. Só anotei o endereço.

-Homens! Não se importam com os detalhes. Tinha que perguntar. Quem é seu amigo? Ele é do meio?

-Trabalhamos juntos. É bem mais jovem, casado, fazem um belo casal, ele e a esposa. Mas não sei se são do meio. Não tenho essa liberdade com ele.

-Bem, então vamos descobrir o que há de tão especial nesse pub.

-Sim, vamos. Pensei em irmos amanhã. O que acha?

-Por mim, tudo bem. Vou ao banheiro.

Freud aproveita para repor as taças de vinho e cortar mais pão e queijo. Martha volta do banheiro com um sorriso de sacanagem no rosto que Freud reconhece de longe.

-O que aprontou no banheiro, querida?

-Nada. Está com o aplicativo do nosso brinquedo aí?

-Estou. Você o colocou?

-Sim. Preciso gozar. Ligue e me dê um orgasmo!

Freud abre o celular e conecta o aplicativo ao vibrador que Martha está usando, sob sua calcinha. Ele coloca o aparelho em cima da mesa. Martha estica as pernas, com um pé no corredor ao lado da poltrona de Freud e outro em cima da poltrona dele. Ela segura sua taça nas mãos. Faz um sinal com a cabeça, indicando que está pronta.

Freud brinca com as funções do aplicativo. Intenso. Fraco. Variações de velocidade. Martha suspira. Segura a taça com mais força. Morde os lábios. Larga a taça e aperta os braços da poltrona. Quando sente que o orgasmo dela se aproxima, Freud seleciona um modo automático e abre a câmera do celular.

-Puta que pariu, Freud. Que coisa boa! Eu vou gozar!

Filmando, Freud incentiva.

-Goze, putinha! Grite! Deixe o vagão todo ouvir.

Ela olha ao redor e até cogita seguir o comando. Mas se contém. O orgasmo chega, forte. Suas reações, longe dos gritos e gemidos que emite normalmente, não passam despercebidas pelas mulheres vizinhas.

-Tô gozando! Que delícia! Ah…. Gozei!

Freud desliga. Ela volta a uma posição normal na poltrona e pega a taça de vinho. Dirige um brinde silencioso ao namorado e às vizinhas.

-Que vinho bom!

As primas olham com curiosidade. Talvez imaginem o que se passou, mas parecem não acreditar na coragem da brasileira. Martha adormece no resto do trajeto. Freud come, bebe e aprecia a paisagem.