De Viena para São Paulo

Sábado. Dez da manhã. Após a corrida, Freud e Martha chegam à padaria para o café da manhã. A garçonete tira o pedido.

-Eu quero um café coado e um pão com ovo.

-A senhora quer queijo também?

-Tem queijo minas?

-Sim.

-Uma fatia, por favor.

-E o senhor?

-Um pão na chapa e um café com leite.

Enquanto esperam o pedido, os dois checam as mensagens no celular. Uma delas chama a atenção de Martha.

-Freud, lembra da Márcia e do Fernando, que conhecemos em Viena?

-Sim, lembro.

-Ela mandou mensagem. Perguntou quando vamos à São Paulo. Querem nos encontrar lá.

-Vamos daqui três semanas...

-Sim, já avisei a ela.

Os pedidos chegam à mesa. Entre uma mordida e outro, continuam a conversa.

-Tem falado com ela? Eu mandei algumas mensagens para o Márcio quando voltamos, mas o papo esfriou. Há tempos não tenho notícias dele.

-Trocamos algumas mensagens no Instagram. Há alguns meses ela postou um story com três taças de vinho. Fiz uma brincadeira. Ela disse que depois me contava. Mas não contou. Também não perguntei.

-E o que ela disse, sobre São Paulo? O que esperam de nós?

-Que querem nossa ajuda. Não foi específica, mas acho que querem ir numa casa de swing.

-Será que o Fernando está mais tranquilo em vê-la com outro? Em Viena, ele parecia que não estava pronto para isso.

-Deve estar, ou não nos encontrariam em São Paulo. Veremos.

-Eles são muito legais. Espero que possamos ajudá-los.

-Sei. Quer comer a Márcia, né, safado?!

Freud sorri. Depois faz cara de sério.

-Eu só quero ajudar, Martha.

-Aham…