Como eu Faço uma Sessão de Spanking

Roteiro de como fazer uma sessão de spanking consensual e segura, com dicas de técnicas e cuidados para aproveitar ao máximo.

Como eu Faço uma Sessão de Spanking
Foto de Erik Lucatero na Unsplash

Bater na bunda é o meu fetiche. O nome é spanking. Quando eu falo disso a uma amiga, a reação mais comum é:

-Ah, eu gosto de uns tapas na bunda.

Eu peço ela me contar como são esses tapas na bunda. Quase sempre são tapas na hora da transa. Nada de errado com eles. Eu gosto. Mas o spanking é mais do que isso.

É uma surra na bunda.

Geralmente com as mãos. E pode ser com um cinto, chicote ou chinelo. Ou ainda com uma escova de cabelo, escova de banho ou até mesmo uma colher de pau. Também existem equipamentos fabricados especificamente para bater na bunda, como paddle de madeira, paddle de couro e flogger.

A surra mais temida é aplicada com uma vara - cane, em Inglês. Aguentar uma dessas na bunda é para poucas.

Minha posição preferida para a surra é com ela deitada no meu colo. Essa posição é chamada de over the knee - OTK, para os íntimos. Quem vai receber os tapas, a spankee, fica confortável. Eu que vou bater, o spanker, tenho uma visão linda da bunda, acesso as duas nádegas e consigo segurar as mãos dela com facilidade, se precisar. É uma delícia!

Ela em pé ou ajoelhada no sofá ou na cama, com as mãos na parede, as pernas levemente afastadas e a bunda arrebitada para trás. É outra posição clássica.

Outra posição: ela deitada na cama ou no sofá, com a bunda para cima, com um travesseiro para deixar a bunda ainda mais arrebitada.

Também há equipamentos que podem ser usados para auxiliar na posição, inclusive amarrando-a. As opções são infinitas.

A duração da surra também diferencia tapas na bunda de um spanking. Enquanto os tapas são aplicados no calor da transa, a surra tem uma duração mais longa. Pode ser combinada por tempo ou por quantidade de tapas.

Minha preferência é três séries de doze tapas. Cada série mais forte que a anterior. Cada tapa mais forte que o anterior.

As pessoas que gostam do spanking podem gostar por causa das sensações emocionais ou das sensações físicas. Geralmente é uma mistura das duas.

Emocionalmente, o spanking remete a alguma fantasia. Pode ser a dominação, a submissão, a inversão de poder - uma mulher poderosa no trabalho levando uma surra, ou a simulação de uma cena - uma aluna apanhando de um professor. Já encontrei pessoas que gostam por que a surra lembra situações vividas na infância.

Fisicamente, o spanking libera adrenalina e dopamina. Os tapas fazem o sangue se acumular na superfície da pele e as terminações nervosas ficam mais sensíveis, mais alertas. A sensibilidade aumenta. O prazer também. E há a sensação de calor, de ardor, na bunda.

É inegociável que o spanking seja consensual. Se há dúvidas sobre isso, não sigo em frente. Deixa de ser spanking e passa a ser violência. É crime.

A sessão de spanking começa com a proposta e o acordo. Depois que o acordo está estabelecido, o próximo passo é combinar os detalhes práticos da sessão.

A primeira combinação é a palavra de segurança. Trata-se de uma palavra que quando mencionada interrompe a sessão. Não basta pedir para parar? Em muitos casos, a fantasia envolve pedir para parar e não ser atendida. Por isso uma palavra fora de contexto é a melhor escolha. As mais comuns: morango e vermelho.

Também podemos combinar palavras para indicar que a intensidade aumente ou diminua. Eu pergunto isso diretamente durante a sessão, então só uso a palavra de segurança para interromper. Fica apenas uma palavra para lembrarmos.

A duração da sessão também deve ser combinada. Quantos tapas, qual a intensidade, quantas séries, quanto tempo. É possível variar um pouco, pois há a palavra de segurança para resguardar a segurança da spankee.

A posição, o equipamento e o uso ou não de roupas são outros itens que podem ser combinados. Eu gosto de usar as mãos ou o cinto e com ela deitada no colo, na posição over the knee. A primeira das três séries é sobre a roupa, a segunda sobre a calcinha e a terceira sobre a bunda nua.

Haverá algum tipo de restrição? As mais comuns: prender as mãos dela às costas, com corda ou algema; prender as mãos na cabeceira da cama; vendar e/ou amordaçar a spankee. Nesse último caso, ajusto a palavra de segurança para um sinal que seja possível mesmo com ela spankee amordaçada e testo antes de começarmos.

Combino o que vai acontecer depois. Normalmente o spanking acontece antes do sexo. E já tive sessões em que não houve sexo depois. Aliás, é importante alinhar isso antes mesmo do encontro, para não haver frustrações.

Outro tema que alinho antes da sessão é se haverá uma interpretação de papéis. Isso pode influenciar nas roupas e até nos diálogos. Nesses casos, o ideal é que todos os combinados sejam feitos antes da sessão, para que a interpretação seja a mais realista possível.

Qualquer atividade física requer um aquecimento prévio e com o spanking não é diferente. A minha rotina inicial, além de aquecer, também deixa a spankee à vontade.

Começo alisando a bunda dela. Faço carinhos e reconheço o terreno.

Depois, aplico tapas de aquecimento, com a força abaixo do que pretendo usar na sessão propriamente dita.

Aproveito esse momento para avaliar as reações e deixá-la confortável e segura. É um momento tenso, principalmente se for a nossa primeira sessão.

Se você combinamos uma interpretação de papéis e o aquecimento vai atrapalhar isso, faço o aquecimento antes. Só depois entramos nos personagens.

Se combinamos alguma restrição, faço isso antes ou depois do aquecimento. Uso essa escolha como parte da sessão.

Depois dos tapas de aquecimento, acaricio a bunda, demonstro cuidado e carinho. Isso a deixa mais segura e confortável.

Eu bato na bunda. Não gosto de bater em outras partes do corpo, como nas pernas ou nas coxas. Bater no rosto também não me agrada. Não é spanking. Há quem goste e há quem faça e eu respeito isso.

Os tapas são feitos com a mão aberta e espalmada. A mão fica firme, o pulso não se mexe. É o braço que se movimenta. São tapas fortes. Bato nas duas nádegas. Alterno os lados, um tapa de cada vez.

Eu miro o meio das nádegas. Evito a parte de cima, próxima do cóccix, e a parte de baixo, próxima das coxas. Essas partes são mais dolorosas e perigosas.

Entre os tapas, acaricio a bunda. Observo as reações. Quando ela está rindo, é um sinal de que posso aumentar a força. Os olhos fechados indicam que estou próximo do limite e diminuo um pouco a intensidade.

A sessão começa e peço para contar cada tapa, em voz alta. Fazer isso ou não é uma combinação entre o casal. Eu faço porque gosto de ouvir e também coloca uma pressão nela de prestar atenção e não errar a contagem.

Entre uma série e outra, muitas carícias na bunda. Pergunto se está tudo bem. E peço para me dizer quando estiver pronta para a próxima série. É excitante ouvi-la pedir para continuar.

Quando uso o cinto, sigo a mesma rotina, das séries e das nádegas alternadas. Um cuidado adicional é observar onde o cinto está pegando. Prefiro usá-lo dobrado, assim tenho mais controle. A ponta do cinto pode bater na cintura e doer mais do que o esperado.

O uso de algum equipamento exige uma atenção e um cuidado maior. É mais fácil errar a força, então fico muito mais atento às reações, começo bem mais devagar e aumento aos poucos, atento às reações.

Há mulheres com o limite bem alto à dor e que pedem mais força. Isso pode causar lesões. E não é o objetivo de uma sessão de spanking. Eu respeito o limite delas e também o meu limite.

Enquanto a sessão está acontecendo, eu fico muito atento às reações dela. Presto atenção à respiração, aos gritos, gemidos e palavras. Qualquer sinal é importante. A experiência deve ser desafiadora, mas não violenta. E esse limite muda de pessoa para pessoa, então toda atenção é necessária.

Quando não estou batendo, eu acaricio. E converso. Pergunto como ela está se sentindo. Se a bunda está doendo. Se está ardendo. Se está de acordo com o que ela esperava. Eu faço ela verbalizar o que está se passando pela cabeça dela. É uma maneira de eu ajustar a sessão para ser o mais alinhada às expectativas dela.

Já tive várias sessões interrompidas pois a experiência dela não estava boa. Às vezes ela não está bem emocionalmente. Ou fisicamente. Às vezes as sensações são bem diferentes do que ela esperava. Prestando atenção às reações, perguntando e ouvindo as respostas, eu consigo perceber isso e parar.

A última série é a mais forte. É quando eu a levo ao seu limite. É o ápice.

E depois, carinho, carícias e conversa. E digo a ela como ela se saiu. Digo o quanto gostei. Conto como me senti com a experiência. E quero saber o mesmo dela.

Também é hora de passar um creme hidratante ou um óleo de amêndoas. Dependendo da intensidade da sessão, aplico uma pomada para ajudar com os hematomas. Hirudoid é a que costumo usar.

Os hematomas dependem da intensidade dos tapas e da sensibilidade de cada uma. Já vi sessões leves que deixaram marcas roxas e sessões muito intensas e cujas marcas não duraram mais do que algumas horas.

Compressa de água gelada e Hirudoid aceleram o sumiço dos hematomas.

As marcas podem permanecer por algumas horas, alguns dias ou até algumas semanas. Depende muito da sensibilidade dela. Já tive sessões onde as marcas ficaram por mais tempo e ela teve que esconder ou justificar esses hematomas para outras pessoas. A justificativa preferida é a realização de um procedimento estético.

Agora, uma lista de coisas que eu não faço durante uma sessão de spanking.

Não bato em outras áreas além do centro das nádegas. Além do risco de lesão acima ou abaixo da bunda, eu não tenho experiência com outras áreas como costas, coxas ou rosto. Eu respeito os meus limites.

Não forço os limites dela. Ao menor sinal de desconforto, eu reduzo a intensidade ou até paro a sessão.

Não ignoro a palavra de segurança. Já aconteceu dela se assustar, usar a palavra de segurança e depois pedir para continuar. Eu evito continuar a sessão e vamos cuidar da causa do susto. E continuamos numa próxima sessão.

Eu não faço sessões depois de ter bebido. O álcool afeta o meu julgamento e, consequentemente, a segurança da sessão.

Eu não ultrapasso os limites, sejam os dela, sejam os meus. Já tive sessões onde ela tinha consumido álcool e pedia tapas mais fortes ou em maior quantidade. Não atendi.

Uma sessão de spanking pode ser uma experiência incrível. Para isso, os combinados devem ser claros, as fantasias devem ser compartilhadas e os limites devem ser respeitados.

Já participou de uma? Compartilhe sua experiência. Vou adorar saber.