Coincidências em Praga

Após um dia lindo em Praga, uma coincidência inesperada no hotel apimenta a noite intensa de Freud e Martha.

Coincidências em Praga
Foto de Martin Krchnacek na Unsplash

Freud sai do banho. Martha ainda dorme. Ele abre a cortina do quarto e a luz da manhã desperta a namorada.

-Que horas são, querido?

-Oito horas, Martha. Vamos tomar café e começar nosso passeio?

-É muito cedo, Freud. Quero dormir.

-Durma em reais, quando voltarmos ao Brasil, Martha. Em euros, vamos passear.

Ela resmunga e se levanta. Vai para o banho. Freud revisa o itinerário do dia. Martha quer saber do tempo.

-Está frio, Freud?

-Doze graus agora, Martha. Máxima de dezesseis. Sem previsão de chuvas. Um dia lindo.

-Vamos tomar café no hotel?

-Tem uma padaria aqui próximo, com uma vista para o rio. Melhor irmos lá.

Quase pronta, Martha quer saber da programação.

-Qual nosso roteiro hoje?

-Vamos passear pela Cidade Velha e pelo Bairro Judeu. Depois, vamos ver o por do sol na Ponte Carlos. Vai ser um dia de muita caminhada.

-Então eu vou de tênis, espere um pouco.

Martha troca a sandália pelo tênis confortável. Descem. No saguão do hotel, Freud checa algumas informações com o recepcionista. Martha observa um casal que deixa o restaurante em direção aos elevadores. Quando Freud retorna, ela comenta.

-Olha que casal lindo.

Freud olha. O casal está esperando o elevador. Ela, morena, cabelos cacheados, veste uma calça de couro que destaca a bunda. Ele, branco, cabelo curto, alto, barba por fazer e braços musculosos. Usa calça jeans, camiseta e um casaco de couro.

-Lindos.

-Devem ter uns quarenta anos, né?!

-Por aí.

O elevador abre, o casal entra e some de vista.

-Vamos, Martha. Praga nos espera.