Casal de Namorados

Fabiane aborda Martha no banheiro do restaurante após ouvir conversa dela com Freud. Ela pede ajuda sobre o meio liberal de São Paulo. A conversa dos quatro na mesa resulta em um convite para passarem a noite juntos, com casais trocados.

Casal de Namorados
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São Paulo. Restaurante italiano. Quarta-feira. Oito da noite. Lotado. Martha e Freud pedem uma mesa para casal.

-Vocês têm reserva?

-Não, não temos.

-Bem, estamos lotados. A única mesa disponível é para quatro pessoas que está ocupada por apenas um casal. Podemos separar uma das mesas, mas ficarão próximos. Querem essa ou preferem esperar?

Martha decide.

-Pode ser essa.

E explica para Freud.

-Estou com fome…

O garçom os acomoda. Freud escolhe um vinho. Martha pede a seleção de bruschettas. E faz um apelo.

-Moço, por favor, pede para vir rápido. Estou com fome.

São atendidos. O vinho vem rápido e logo em seguida as bruchettas. Brindam.

-Ao nosso final de semana, Martha.

-A essas bruschettas, Freud.

Os dois riem. Martha mata sua fome. Freud assiste.

-Está mais calma, querida?

Ela sorri.

-Estou. Não vou mais morder ninguém.

-Quer pedir o prato principal?

-Podemos esperar um pouco… vamos saborear o vinho…

Voltam a brindar.

-Ao final de semana, Martha.

-Ao final de semana, Freud.

Mais calma, ela fala dos planos do casal.

-Amanhã vamos ao pub, é isso? Quem confirmou?

-Isso, ao pub. O casal de Belo Horizonte, o casal de Ribeirão Preto e o casal de Campinas confirmaram.

-Nossa, Freud! Não vamos dar conta de todos!

Ele ri.

-A ideia é nos conhecermos pessoalmente, Martha. Não vamos nos pegar lá, né?!

-Deixa eu ver as fotos deles? Não me lembro direito.

Freud mostra as fotos. Martha percebe que o casal ao lado está atento à conversa deles. Com os olhos, ela sinaliza isso a Freud. Ele dá de ombros. Ela olha as fotos e faz seus comentários.

-Esse casal de Campinas, não sei não. Poucas fotos do marido. E de longe…

-Eles foram muito simpáticos. Se você não gostar, é só usar o nosso sinal e não avançamos. No pior cenário, fazemos uma nova amizade.

-Freud, eu vim à São Paulo para dar, não para fazer amizades.

Eles riem alto. A moça do casal ao lado olha para os dois. Depois olha para seu parceiro e riem, tentando disfarçar. Martha se levanta.

-Vou ao banheiro.

A moça faz o mesmo. Quando Martha sai da cabine, ela a aborda.

-Posso te fazer uma pergunta?