Cala a Boca e...

Martha tem um encontro inusitado com o professor de sociologia. Comida vegana, bebida indígena e um ritual de purificação. Ela não aguenta e pede uma música bastante sugestiva.

Cala a Boca e...
Photo by Mateus Campos Felipe on Unsplash

-Freud, o professor de Sociologia me convidou para jantar, tá?!

-Divirtam-se!

Martha chega às oito.

-Oi. Trouxe um vinho.

-Bom vinho. Vou guardar. Escolhi uma bebida indígena para nosso jantar vegano.

Martha disfarça o espanto. Ela aprecia o jantar. A bebida, nem tanto. Ele explica.

-Aprendi essa receita com um pajé em uma das minhas viagens sabáticas à Amazônia. Morei um ano com uma tribo selvagem.

Ela muda o rumo da prosa.

-Vi que você tem muitos livros…

-Mais de cinco mil. E já li todos. Alguns, mais de uma vez.

Ela sorri. Sentam no sofá. Luz indireta, incenso bom. Clima agradável. Ela elogia.

-Eu adoro incenso…

Ele pega um turíbulo, que Martha só tinha visto nas mãos dos padres.

-Vou fazer um ritual de purificação em você.

Ele espalha fumaça ao seu redor, murmurando palavras estranhas. Depois ele conta a história daquele ritual. Ela apela.

-Pode colocar uma música?

-Claro. Qual?

-Uma da Tati Quebra Barraco.

Intrigado, ele pergunta.

-Qual o nome da música?

-Cala a Boca e Me Fode!

Um aperitivo do que acontece a portas fechadas.

Você acabou de ler uma Rapidinha: uma cena, um desejo, um momento de sinceridade sem filtros. É o tipo de história que serve para aguçar a sua imaginação.

As aventuras mais complexas, as jornadas completas com início, meio e clímax... essas eu guardo para o meu círculo secreto.

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