Cala a Boca e...
Martha tem um encontro inusitado com o professor de sociologia. Comida vegana, bebida indígena e um ritual de purificação. Ela não aguenta e pede uma música bastante sugestiva.

-Freud, o professor de Sociologia me convidou para jantar, tá?!
-Divirtam-se!
Martha chega às oito.
-Oi. Trouxe um vinho.
-Bom vinho. Vou guardar. Escolhi uma bebida indígena para nosso jantar vegano.
Martha disfarça o espanto. Ela aprecia o jantar. A bebida, nem tanto. Ele explica.
-Aprendi essa receita com um pajé em uma das minhas viagens sabáticas à Amazônia. Morei um ano com uma tribo selvagem.
Ela muda o rumo da prosa.
-Vi que você tem muitos livros…
-Mais de cinco mil. E já li todos. Alguns, mais de uma vez.
Ela sorri. Sentam no sofá. Luz indireta, incenso bom. Clima agradável. Ela elogia.
-Eu adoro incenso…
Ele pega um turíbulo, que Martha só tinha visto nas mãos dos padres.
-Vou fazer um ritual de purificação em você.
Ele espalha fumaça ao seu redor, murmurando palavras estranhas. Depois ele conta a história daquele ritual. Ela apela.
-Pode colocar uma música?
-Claro. Qual?
-Uma da Tati Quebra Barraco.
Intrigado, ele pergunta.
-Qual o nome da música?
-Cala a Boca e Me Fode!
Um aperitivo do que acontece a portas fechadas.
Você acabou de ler uma Rapidinha: uma cena, um desejo, um momento de sinceridade sem filtros. É o tipo de história que serve para aguçar a sua imaginação.
As aventuras mais complexas, as jornadas completas com início, meio e clímax... essas eu guardo para o meu círculo secreto.
Se este aperitivo despertou a sua fome, eu te convido a se sentar à mesa. Torne-se uma Iniciada para ter acesso gratuito a séries de contos completas, com muito mais para saborear.