Antônia e Uma Nova Descoberta
Um encontro inusitado com um homem que conheceu no Tinder fez Paula embarcar em uma missão. E Antônia parece ser o alvo perfeito para ela.

A mensagem no celular não deixou dúvidas: seria mais uma noite entediante. Antônia estava tomando um café perto de casa, quando Pedro, seu marido, lhe avisou do jantar de logo mais na casa de Fernando, chefe de Pedro e dono da construtora onde trabalhavam. Advogada e sócia em um pequeno escritório especializado em Direito Previdenciário, Antônia se permitia pequenos prazeres, como o de sair mais cedo e tomar um café na padaria, sentada numa mesa na varanda, enquanto observava o vai e vém das pessoas. A praça em frente é usada pelos moradores da região como pista de caminhada e o movimento ali começava a aumentar, agora que o Sol descia na linha do horizonte. Antes de ajustar a agenda para acompanhar seu marido, ela terminou o café, apreciando a paisagem. O céu estava lindo, com um belo tom entre o laranja e o vermelho, chamando a atenção dos atletas, que caprichavam nas selfies.
Já no carro, à caminho de casa, Antônia organizou com sua irmã para que as crianças dormissem com ela. Moravam próximas, a duas quadras de distância, o que facilitava esse tipo de arranjo, bastante comum entre elas. Patrícia era mais nova e as irmãs tinham menos de dois anos de diferença entre si. Os filhos de Antônia, Marcos e Sara, estavam com oito e dez anos, e conviviam bastante com o primo Leonardo, de nove anos. Antônia chegou no seu apartamento, contou a novidade aos filhos que, como esperado, adoraram e logo depois os deixou no prédio da irmã.
De volta ao seu quarto, Antônia separou sua roupa e a de Pedro. Para ela, um vestido florido, simples e praticamente sem decote. Dona de um corpo bem feito, resultado de uma alimentação bem controlada desde os tempos de faculdade e do gosto por esporte, Antônia preferia manter a discrição nos eventos da construtora. Para Pedro, o clássico jeans e camiseta. O físico invejável que Pedro ostentava na juventude fazia parte do passado, consequência do relaxamento com as atividades físicas nos últimos anos. Em seu lugar uma barriguinha que, se não era a mais sexy, não incomodava sua esposa.
Ainda que fossem entediantes, Antônia fazia questão de acompanhar seu esposo nesses eventos, mostrando que a família apoiava a sua carreira. Pedro almejava cargos maiores na construtora, de administração familiar e cultura de relacionamentos estreitos. Aquele jantar era muito mais um evento corporativo do que uma reunião social.
Pedro chegou apressado e encontrou Antônia terminando de se arrumar.
-Oi amor, onde estão as crianças?
-Oi querido. Elas vão dormir na Patrícia, assim ficamos à vontade para voltar quando você quiser.
-Obrigado, querida. Hoje recebi sinal verde para apresentar meu projeto à Diretoria na semana que vem. Se aprovarem o projeto, acho que serei escolhido para gerenciá-lo. Estou muito, muito animado!
-Vai dar tudo certo, Pedro. Agora vá tomar seu banho que eu já separei sua roupa.
Pedro seguiu a sugestão da esposa e pouco antes das nove chegaram à elegante casa de Fernando, que ficava em um dos melhores condomínios fechados da cidade. O jantar tinha lugar na área gourmet da casa, com vista para a bela piscina. Como acontecia na maioria das vezes, um churrasqueiro tomava conta da comida e Sandra, esposa de Fernando, recebia a todos com muita alegria. Ela tinha sempre um sorriso no rosto e demonstrava apreço por receber todas aquelas pessoas em sua casa.
Os grupos se organizaram em duas grandes mesas: uma, próxima à churrasqueira, com os homens, que na sua maioria eram funcionários da construtora. Ao lado deles, uma chopeira era a novidade daquela noite. No outro lado da varanda, próximo da sala, a outra mesa com as mulheres. A turma já era conhecida e Antônia se dava bem com todas elas, ainda que mantivesse uma distância segura, fugindo com maestria da diversão preferida delas: comentar o comportamento alheio.
Após cumprimentarem os grupos, Antônia se despediu do marido com um aviso ao pé do ouvido:
-Pedro, a chopeira está ali para fazer vocês falarem demais. Não caia nessa.
Ainda que apoiasse o marido e estivesse feliz com a dedicação dele ao trabalho, Antônia tinha o pé atrás com Fernando. Em algumas ocasiões já tinha percebido comentários dele que julgou um tanto maldosos. Pedro idolatrava o chefe e não percebia esses pequenos sinais. A carreira na advocacia tornou Antônia muito atenta.
Antônia se acomodou na mesa das meninas e logo estava participando das conversas com as demais. No lado oposto da mesa, estava Paula, a nova funcionária da área comercial da construtora e que fazia a sua estreia nos jantares na casa do chefe naquela noite. Como é característico das pessoas que atuam com vendas, Paula falava pelos cotovelos. E estava dominando as conversas ao seu redor. Alta, com um corpão e recém chegada, Paula ainda despertava a desconfiança das mulheres. Silvia, uma das mais experientes do grupo, se empenhava em fazer Paula falar, tanto lhe oferecendo mais chope quanto questionando assuntos mais picantes.
-E o marido, Paula, não pode vir?
-Silvia, eu não tenho marido. Fui casada por menos de um ano. Não deu certo, cada um para um lado. Vivo sozinha aqui, pois minha família é do interior do estado.
-Então você deve aprontar bastante, morando sozinha, né?!
Silvia fez o comentário enquanto servia mais um copo de chope à Paula.
-Não posso reclamar, Silvia. A cidade tem seus encantos.
-Encantos?! Nos conte mais sobre isso, Paula.
Silvia ouvia atentamente, assim como as demais mulheres da mesa. Talvez influenciada pela bebida, talvez por não ter percebido a cultura da empresa, Paula cometia um pecado mortal aos olhos das demais: falava, sem nenhum pudor, de suas aventuras sexuais. Antônia, que trocava amenidades com Carla ao seu lado e não prestava atenção em Paula, aos poucos percebeu os olhares assustados das outras meninas. Curiosa, começou a ouvir atentamente o que Paula contava:
-Gente, eu nunca achei que fosse gostar de apanhar, mas ele me convenceu. E confesso que foi muito bom. A mão pesada dele deixou minha bunda marcada por alguns dias e eu cheguei a chorar, na hora. Mas, meninas, eu gozei horrores! O cara é muito bom!
Paula terminou a frase, deu um gole na chope que tinha nas mãos e o silêncio tomou conta da roda. Nesse momento o dono da empresa chamou Paula para falar sobre um assunto que discutiam na outra mesa. Assim que ela saiu, as mulheres começaram a malhação do Judas. Ou de Madalena, no caso. Puta, vagabunda e rameira foram os adjetivos mais usados.
Paula se acomodou na roda masculina e não voltou. Isso incomodou ainda mais as mulheres, que aumentaram o tom das críticas. Silvia disparou:
-É bom a gente ficar de olho nessa biscate!
Reservada, como sempre, Antônia só ouvia e concordava com os argumentos das amigas. E na sua mente, ficava a imagem de Paula apanhando e várias dúvidas: quantos tapas ela levou? Em que posição ela apanhou? Será que ela gritou? Quanto tempo durou a surra? O que fizeram depois? Antônia não sabia o motivo, mas o calor que sentia no meio de suas pernas deixava claro que aquilo a excitava. Ela estava atônita com aquela situação.
Enquanto as mulheres continuavam a discutir o comportamento de Paula, Antônia foi checar como Pedro estava. Ficou feliz ao ver que ele estava sóbrio, enquanto a maioria dos homens já estavam bem alegres. Antônia abraçou Pedro pelas cotas e Fernando cutucou:
-Cuidado, Pedro! A Dona Onça veio conferir o que você está fazendo.
Antônia sorriu, deu um beijo no rosto de seu marido e os deixou.
Mais tarde, no caminho para casa, Antônia comentou com Pedro sobre o ocorrido na mesa das mulheres, sem entrar nos pormenores.
-Pedro, a Paula deixou as meninas aterrorizadas com as histórias dela. Eu acho que ela passou dos limites.
-Querida, a Paula não tem mesmo trava na língua. Mas ela é gente boa. E vende como poucas.
-Eu não quero você de gracinhas com ela, hein?!
-O que isso, Antônia?! Você sabe que pode confiar em mim.
A conversa não passou disso e Antônia confiava no marido. Ele levava muito a sério seu crescimento profissional e nunca havia dado nenhum motivo de desconfiança.
Chegaram em casa e Antônia foi tomar um banho. No chuveiro, voltou a pensar no que Paula havia contado e o calor voltou. Pensou em aproveitar que as crianças estavam fora e transar com Pedro. O casal se dava bem na cama, ainda que nenhum dos dois fosse afeito a grandes extravagâncias. Antônia terminou o banho, colocou a camisola e foi para a cama. Quando chegou, encontrou Pedro dormindo. Decepcionada, virou para o lado e dormiu também.
Dias depois, no sábado à tarde, Antônia estava no supermercado e encontrou com Paula na sessão de vinhos. Paula a tratou como uma amiga de longa data:
-Oi Antônia! Tudo bem com você, querida? Como está o Pedro?
-Oi Paula! Tudo bem. Pedro está bem, mas ficou em casa, trabalhando numa apresentação que fará na segunda-feira.
-Menina, tá todo mundo falando nesse projeto do Pedro. Tomara que dê certo. Ele merece!
-Ele está trabalhando para isso.
-Você entende de vinhos, Antônia? Qual desses aqui você acha melhor? É para acompanhar um filé com risoto de alho poró.
-Paula, esses dois aí são muito fortes para isso. Escolha um Pinot Noir que vai melhor. Aqui, eu gosto desse.
-Eu não entendo nada disso. Que bom que encontrei você. Não posso errar nesse jantar de hoje.
-Jantar especial, Paula? Com o namorado?
-É especial sim, Antônia, mas não é meu namorado. É só um contatinho. Quero fazer direitinho, porque ele merece. Tem me dado muitas alegrias.
-E tapas, também, pelo que você contou na festa, né?
-Antônia, eu acho que falei demais naquela noite. Vocês devem ter me achado uma puta, né?! Mas tudo bem, não me importo. Sim, muitos tapas. E hoje a noite acho que terei mais alguns.
Antônia sentiu o calor subir novamente e se manteve ao lado de Paula, que agora seguia para outros corredores do supermercado. Elas continuavam a conversa, como velhas amigas. Antônia tentava tirar mais informações de Paula sobre os tapas.
-Seus vizinhos não se incomodam com a gritaria, Paula?
-Será a primeira vez dele no meu apartamento. Mas acho que não vão escutar. Farei como ele faz no apartamento dele: colocamos uma música mais alta e a nos trancamos no quarto. Mas, olha, tem hora que dou cada grito que acho que o prédio todo escuta. Não dá pra segurar, menina.
-Gritos de dor? Isso parece um espancamento!
-Dor e tesão, amiga! Aliás, o nome disso, descobri esses dias, é spanking. Então não deixa de ser um espancamento. Mas é bom demais.
-Fiquei curiosa. Como é isso?
Elas estavam em um canto de pouco movimento do supermercado, onde Paula procurava um queijo para o risoto. Como uma criança que quer contar uma arte à melhor amiga, Paula olhou para os lados e puxando Antônia mais para perto, disse em tom mais baixo:
-Vou te contar como isso começou. Uma loucura! Eu encontrei esse moço. Aliás, esse senhor, afinal ele já tem quase 50 anos, no Tinder. E ele escreveu no perfil dele que estava ali procurando uma parceira para o spanking. Eu não sabia o que era isso, então, curiosa como sou, dei like e quando deu match, já fui logo perguntando do que se tratava. Quando ele me falou, eu achei um absurdo. Pensei comigo: onde já se viu apanhar na bunda depois de grande? Mas dei corda e ele foi me contando, explicando, até que me mandou um vídeo dele praticando.
-Um vídeo dele batendo em alguém?!
-Isso, Antônia. Menina, aquilo me deu um tesão louco! Enfim, logo eu já estava marcando com ele para experimentar.
-Você é doida, Paula. E se ele fosse um maníaco?
-Eu sei! Pensei nisso, mas ele me transmitiu uma segurança que não sei explicar. Foi conduzindo, contando o que ia acontecer, como ia acontecer e fui me deixando levar. Quando vi, já tínhamos marcado a primeira sessão para o apartamento dele, na noite seguinte.
-Sessão? Como uma terapia?
-É assim que ele chama. É uma coisa dos praticantes disso. Coloca isso no Google para você ver. É um mundo incrível. Enfim, no dia seguinte, lá estava eu na porta do prédio dele, e com a roupa que ele tinha indicado.
-Ele escolheu suas roupas?
-Sim, como era minha primeira vez, ele me disse para ir de calça jeans e uma calcinha que tapasse boa parte da bunda. E assim eu fui. Claro que escolhi uma calça bem apertada, né, amiga?! Valorizar isso aqui, né?!
Paula disse isso, dando um tapinha na bunda e Antônia notou que sua bunda era realmente muito bonita.
-Então, entrei no apartamento dele. Pequeno, mas um charme. Ele mora em São Paulo e vem aqui alguns dias da semana, por causa do trabalho. Alugou esse lugar ao invés de ficar em um hotel. Gostei da decoração e da iluminação, bem discreta. Ele serviu um vinho e sentamos no sofá para conversar. Eu estava nervosa de um tanto que você não imagina. Ele percebeu e foi conduzindo, me deixando bem à vontade. Homem inteligente é um perigo, amiga! Um perigo!
-Sobre o que vocês conversaram?
-A princípio bobagens, mas ele logo levou o assunto para a razão da minha visita. E foi explicando o que ele faria comigo. Como faria, quais eram as regras e me ajudou a escolher a palavra de segurança.
-Palavra de segurança?
-É! Uma palavra que se eu falasse, ele saberia que era para parar. Escolhi morango.
-Mas não era só falar para parar?
-Também achei, mas ele explicou que muitas vezes a fantasia é justamente apanhar dizendo que não quer apanhar ou pedindo para parar. As pessoas entram num modo de personagens, entende? Meio louco, mas funciona.
-E como você apanhou?
-Então, depois da segunda taça de vinho, ele tirou a taça da minha mão e, olhando fundo nos meus olhos, perguntou se eu estava pronta. Menina, quase gozei naquela hora. Disse que sim, estava. Ele se levantou e me puxando pelas mãos me levou para o quarto. Cheguei lá, tinha uma poltroninha ao lado da cama, com um espelho enorme na parede. E atrás da poltrona, uma câmera.
-Câmera?
-É, ele perguntou se eu queria que filmasse e eu concordei, desde que não filmasse meu rosto.
-Você é louca, Paula!
-Você não faz ideia, Antônia. Você não faz ideia. Primeiro, ele tirou minha sandália e depois me colocou em pé, atrás da poltrona e me fez segurar nos braços dela. Tive que me abaixar um pouco e minha bunda ficou arrebitada. Ficou linda, quando olhei no espelho. Ele então me disse que começaria com doze palmadas e que eu deveria contar cada uma delas.
-Contar?
-É, eu deveria contar cada uma, depois dele bater. Ele então ligou a filmadora, se colocou ao meu lado e perguntou se eu estava pronta. Meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu disse que estava. Com uma mão ele segurou no meu ombro e com a outra ele começou a alisar minha bunda, como que mapeando o terreno.
-Menina, estou chocada!
-Imagina como eu estava? Eu que nunca apanhei dos meus pais, estava ali pronta para apanhar de um quase desconhecido. Então ele deu o primeiro tapa! Antônia, me deu um arrependimento naquela hora que você não imagina!
-Como assim?
-A mão dele é muito pesada. Eu senti a pancada, senti a dor se espalhando pela bunda. Senti meu corpo formigar. Senti uma vontade de gritar, de chorar. E um tesão que nunca havia sentido. Foi tão louco que esqueci de contar. Daí ele avisou que se eu não contasse, não valeria. Rapidamente eu gritei: UMA!
-Paula, que loucura!
-Pois é. Ele então alisou mais um pouco minha bunda, alisou do outro lado e mandou o segundo tapa, com a mesma força do primeiro, dessa vez na outra nádega. Eu não perdi tempo e já gritei: DUAS! Doeu mais do que a primeira. E senti um calor na minha bunda. E, amiga, confesso, senti que eu estava molhadinha. Pensei em falar a palavra de segurança e decidi esperar um pouco mais. Foi a melhor coisa que eu fiz.
-Como assim?
-Eu acho que foi mais o susto inicial das primeiras palmadas. Eu nunca tinha levado, então estava tensa, sem saber como seria. Eu estava até com medo. Depois das duas primeiras, ele alisou minha bunda e perguntou ao meu ouvido se eu estava bem. Aquilo me deu segurança. Confiei que ele respeitaria meus limites. Respirei fundo e disse que sim, estava bem.
-Paula, eu estou arrepiada só de ouvir. Imagino como você estava.
-Então, menina. Uma loucura. Dali pra frente a coisa esquentou. Ele manteve a sequência: uma de cada lado e eu contando. Foram doze palmadas. E ele foi aumentando a força aos poucos. As duas últimas foram terríveis. E eu me senti orgulhosa quando gritei: DOZE!! E aí veio o pior…
-Como assim, o pior?
-Ele me mandou tirar a calça jeans, pegou a filmadora, filmou de perto minha bunda, que estava vermelha, e perguntou se eu estava preparada para as próximas 12.
-Mais 12? Você é louca?
-Mais 12, não! Mais duas séries de 12. Ele havia explicado que seriam 3 séries, de doze palmadas cada. Uma com a calça jeans, outra com a calcinha e a última pelada.
-Minha Nossa Senhora, Paula! Eu sairia correndo na hora!
-Pois é, me deu vontade. Mas ele soube conduzir. Desde me ajudar a tirar a calça, passar a mão na minha bunda com um carinho que contrastava com a força das palmadas. Ele foi me acalmando e logo eu estava dizendo a ele que estava pronta para a próxima série. Ele colocou a câmera no tripé de novo e a ligou.
-Tripé? Filmagem profissional, amiga?
-O cara é bom, amiga, eu te disse. Tripé, filmadora de primeira, cuidado com a luz. O vídeo ficou ótimo. Depois lhe mostro. Mas voltando: lá estava eu de bunda pra cima, agora só com a calcinha e ele deu o primeiro tapa. Eu gritei mais alto: UMA!!!
-Começou a contar de novo?
-É, ele disse que eu deveria começar a contar a cada série. Amiga, doeu, mas me deu um tesão enorme sentir melhor a mão dele que eu até imaginei como seria a próxima série, pelada. Ele seguiu o mesmo ritual: me alisou, esperou eu me acalmar, acho que pela respiração, e mandou ver na próxima, no outro lado. E eu, já bem treinada: DUAS!!
-Paula, isso parece cena de filme, sua louca.
-Antônia, só vivendo pra saber. Depois da décima, alisando minha bunda, ele me disse que daria os dois próximos tapas em sequência e perguntou se eu estava preparada. Acho que ele fazia isso, de falar o que ia acontecer, pra me deixar mais nervosa. E funcionou. Eu fiquei muito excitada esperando o que já sabia que ia acontecer, mas não sabia exatamente quando.
-E doeu mais esses tapas em sequência?
-Doeu, amiga. Nem deu tempo de gritar onze e já tomei a décima segunda. Que ardor eu senti. E logo em seguida um misto de alívio, porque terminava a série, e preocupação, porque faltava mais uma.
Antônia ouvia o relato com muita atenção. Sentia um calor enorme no meio de suas pernas e seus mamilos enrijecidos denunciavam sua excitação. A blusa folgada, que ela estava usando, disfarçava. Ainda bem.
Paula continuou seu relato:
-Ele esperou alguns minutos, que pareceram horas, e pediu para eu tirar a calcinha. O interessante é que ele não fez nenhum comentário sobre a calcinha e eu tinha caprichado. Escolhi uma grande, mas toda rendada, branca, combinando com o bronzeado. E ele nada, impassível, senhor absoluto de tudo.
-Daí ele bateu na sua bunda nua?
-Antes ele me disse que bateria com intervalos mais curtos e que eu não deveria perder a conta, senão ele recomeçaria a série. Eu apavorei, menina. Tentei argumentar e ele foi taxativo: eu mando, você obedece. E que se eu quisesse parar, era só usar a palavra de segurança, que ele pararia e eu poderia ir pra casa. Eu só consegui dizer que tudo bem. E ele começou!
-Uma palmada atrás da outra?
-Quase isso. Ele dava um intervalo bem pequeno. Nas quatro primeiras, nada demais. Ele batia e eu contava. Mas aí a falta de descanso e de carinho começou a fazer efeito. Senti como se minha bunda estivesse inchada, um calor enorme, como se estivesse em brasas, e comecei a gritar, de dor, tesão, desespero. Acho que os vizinhos dele ouviram a gritaria, porque ao final eu estava berrando e chorando! Me lembro que depois da última eu gritei: DOZE!! PUTA QUE PARIU, MINHA BUNDA TÁ ARDENDO, CARALHO! Gritei alto, a plenos pulmões.
-Paula, você é maluca, só pode.
-Sou mesmo, mas não mudaria uma vírgula do que aconteceu. Foi bom demais. Quando terminou, ele acariciou um pouco, depois pegou um creme que passou na minha bunda. Disse que era para ajudar na recuperação. E me deixou toda orgulhosa quando elogiou eu ter suportado sem dizer a palavra de segurança.
-E sua bunda não ficou marcada, Paula?
-Claro que ficou! Na hora nem pensei nisso direito. Quando conversamos, ele tinha me alertado e me dito que eu não poderia usar biquínis por alguns dias. Não me importei muito, mas no dia seguinte, percebi que era verdade. Minha bunda ficou toda roxa, cheia de hematomas. Mas sumiram em três dias.
-E depois, amiga? O que aconteceu depois? Vocês transaram? A bunda não doeu?
-Antônia, isso foi o mais louco de tudo. A gente não transou, acredita? Ele havia proposto que a primeira sessão fosse só de tapas e eu concordei. Estava crente que na hora o faria mudar de ideia, mas ele foi irredutível. Nem me deixou pegar no pau dele. Terminou de passar a pomada, desligou a câmera, me pediu para me vestir, perguntou se eu queria água ou ir ao banheiro. Quando eu estava vestida, ele me ofereceu mais uma taça de vinho e me chamou para assistir ao vídeo na sala.
-Deve ter ficado ótimo, o vídeo, né?!
-Amiga, ficaram ótimos! Não aparecia nem o meu rosto e nem o dele. Ele estava totalmente vestido, parecendo um carrasco. Os sons dos tapas, minha voz contando, ele conversando comigo. Eu não aguentei, perguntei se eu poderia me tocar enquanto assistia e ele permitiu. Abri minha calça, desci até os joelhos e bati uma siririca que me fez gozar como uma louca assistindo os vídeos. E ele só olhando, o doido.
-Acho que isso foi mais inusitado do que a surra.
-Não foi? Porque eu tenho certeza que ele estava com muito tesão. Até porque no dia seguinte ele me comeu com uma vontade que há muito tempo ninguém comia. Eu fiquei alucinada com o autocontrole dele.
-Você voltou lá na noite seguinte, sua gulosa?
-Não. Eu voltei na manhã seguinte. Depois que assistimos ao vídeo eu perguntei quando ele iria me comer. Assim, na lata. Ele disse que eu poderia escolher, mas que ele estava disponível na noite seguinte. Eu perguntei: e amanhã cedo? Ele disse que tinha reunião às 8h. Eu disse que chegaria às 6h. E às 6h da manhã eu estava na porta dele e dei gostoso, muito gostoso!
-Imagino, amiga! Imagino!
As duas amigas então se deram conta de que estavam ali há mais de uma hora. Paula se despediu:
-Antônia, tenho que ir. Ainda tenho muita coisa pra arrumar. Hoje vou cozinhar pra ele e quero que seja especial.
-Apaixonada, amiga?
-Não, ele não é homem para se apaixonar. Mas eu quero agradá-lo, retribuir. Aliás, acho que você pode me ajudar nisso, Antônia.
-Eu?! Como assim, Paula?
-Ele me fez um desafio. Eu achei muito atrevimento dele, na hora. Mas topei e acho que vai ser ótimo. Ele quer que eu convença uma amiga minha a sair com ele. Você topa?
-Tá maluca, Paula?! Eu sou casada!
Antônia disse aquilo de pronto, porque era assim que pensava. Foi isso que sentiu. Ao mesmo tempo, seu coração disparou e ela ficou desconcertada com a proposta da amiga.
-Antônia, pense no assunto. Nos falamos depois. Bom fim de semana e mande um abraço ao Pedro.
Paula se foi, com a certeza de que Antônia era a amiga que estava procurando.
Antônia levou mais de uma hora para terminar as compras e chegou em casa com vários itens faltando e alguns errados. Ela não queria aceitar, mas no fundo sabia que seria a próxima vítima do espancador de bundas. Sem perder mais tempo, mandou no WhatsApp da Paula:
-Amiga, me manda seu vídeo.
Gostou desta história? Ela é um pedaço de mim.
Eu sou a Silvia, e fico feliz em compartilhar um pouco do meu universo com você. Eu colaboro com o diário do meu amigo Freud porque acredito que todas nós merecemos um espaço seguro para explorar nossos desejos.
O que você leu é apenas o começo. Para ter acesso a todos os meus outros contos e também às séries do Freud, o primeiro passo é entrar para o nosso círculo como uma Iniciada.
É gratuito e eu te garanto que vale a pena.
Gostou desta história? Tenho outras para te contar.
Este conto que você leu é uma amostra do meu universo. Em meu livro, Relatos Sexuais de Mulheres Ordinárias, eu continuo a narrar a jornada de mulheres como nós, em busca de experiências extraordinárias.
Se você se identificou com a minha busca, vai adorar o que te espera lá.